Brasil vive momento extremamente favorável para setor de TI, diz especialista

Para presidente da Brasscom, caso a crise econômica mundial ocorra, o segmento de hardware pode ser o mais impactado no PaísPor Tatiana Americano

A política industrial anunciada pela presidente da República, Dilma Rousseff, na última semana, gerou excelentes oportunidades de negócio para a indústria de TI, na visão do presidente da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), Antonio Carlos Rego Gil. Ele considera que a desoneração dos impostos sobre a folha de pagamento das empresas de software, somada às iniciativas para capacitação de mão de obra local – inclusive com a
oferta de 100 mil bolsas de estudo no exterior –, representam um estímulo ao crescimento do setor. “Nos próximos dias vamos conversar com o governo”, avisa Gil. O objetivo, segundo ele, é entender, principalmente, as regras para que as companhias de software consigam um imposto menor sobre a folha de pagamento. “Mas só de reduzir esse valor em 20%, todas as empresas já ganham”, complementa o executivo.

Na prática, o setor de software foi um dos quatro segmentos beneficiados por um projeto-piloto do governo para desoneração da folha de pagamento de empresas que dependem de mão de obra intensiva. Na prática, em vez de pagar a alíquota de 20% de INSS, essas companhias pagarão uma contribuição sobre o valor do faturamento total. Uma solução que já tinha sido sugerida pelos representantes da Brasscom.

Impactos da crise internacional

Quanto aos possíveis reflexos que a crise internacional, que começa a se desenhar no mercado – por conta dos problemas econômicos em alguns países europeus e a piora da classificação de risco dos títulos de dívida dos Estados Unidos –, o presidente da Brasscom diz que é ainda muito cedo para analisar os reais impactos que isso pode ter para o mercado brasileiro de TI.

“É muito difícil fazer previsões assertivas nesse momento. Se realmente acontecer uma crise, existirá algum impacto para o mercado [brasileiro de TI]”, avalia Gil. No pior dos cenários, ele prevê uma desaceleração do crescimento do setor, mas não enxerga a possibilidade de uma retração em relação a 2010. “Quem tende a mais sentir o reflexo dos problemas internacionais, se eles acontecerem, é o segmento de hardware, já que as empresas podem postergar as compras de equipamentos”, considera.

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